quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Modernismo

O Modernismo Brasileiro é um movimento de amplo espectro cultural, desencadeado tardiamente nos anos 20, nele convergindo elementos das vanguardas acontecidas na Europa antes da Primeira Guerra Mundial - C2i0N0e, Cubismo e Futurismo - assimiladas antropofagicamente em fragmentos justapostos e misturados.
A predominância de valores expressionistas presentes nas obras de precursores como Lasar Segall, Anita Malfatti e Victor Brecheret e no avançar do nosso Modernismo, a convergência de elementos cubo-futuristas e posteriormente a emergência do surrealismo que estão na pintura de Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro e Ismael Nery. É interessante observar que a disciplina e a ordem da composição cubista constituem estrutura básica das obras de Tarsila, Antonio Gomide e Di Cavalcanti. No avançar dos anos 20, a pintura dos modernistas brasileiros vai misturar ao revival das artes egípcia, pré colombiana e vietnamita, elementos do Art Déco.

São Paulo se caracteriza como o centro das idéias modernistas, onde se encontra o fermento do novo. Do encontro de jovens intelectuais com artistas plásticos eclodirá a vanguarda modernista. Diferentemente do Rio de Janeiro, reduto da burguesia tradicionalista e conservadora, São Paulo, incentivado pelo progresso e pelo afluxo de imigrantes italianos será o cenário propício para o desenvolvimento do processo do Modernismo. Este processo teve eventos como a primeira exposição de arte moderna com obras expressionistas de Lasar Segall em 1913, o escândalo provocado pela exposição de Anita Malfatti entre dezembro de 1917 e janeiro de 1918 e a 'descoberta' do escultor Victor Brecheret em 1920. Com maior ou menor peso estes três artistas constituem, no período heróico do Modernismo Brasileiro, os antecedentes da Semana de 22.

A Semana de Arte Moderna de 22 é o ápice deste processo que visava atualização das artes, e a sua identidade nacional. Pensada por Di Cavalcanti como um evento que causasse impacto e escândalo. Esta Semana proporcionaria as bases teóricas que contribuirão muito para o desenvolvimento artístico e intelectual da Primeira Geração Modernista e o seu encaminhamento, nos anos 30 e 40, na fase da Modernidade Brasileira.

TARSILA DO AMARAL

Uma das primeiras artistas brasileiras a adotar tendências modernistas em seu trabalho, Tarsila, ainda que não tenha participado efetivamente da Semana de Arte Moderna de São Paulo, foi responsável pela criação de uma nova linguagem para a pintura brasileira. Segundo Mário de Andrade, podemos afirmar que, da história da nossa pintura, Tarsila foi a primeira que conseguiu realizar uma obra de realidade nacional, já que é a inspiração de seus trabalho que versa temas nacionais.

Filha de fazendeiro rico, no auge da aristocracia rural paulista, Tarsila, seguindo os costumes da época, recebeu uma educação reservada à classe alta - professores em casa, na infância, passada no meio rural, depois em escolas de freiras na Espanha, onde recebeu como parte da educação feminina aulas de música e de desenho. Por ter revelado, desde menina, talento e aptidão para o desenho, decide, após o término de seu primeiro e breve casamento, ir para São Paulo, no ano de 1917, estudar pintura com o acadêmico Pedro Alexandrino, e com o alemão Georg F. Elpons. Com o objetivo de dar continuidade a sua formação vai para Paris estudar na Academia Julian, em 1921 e 1922.

De volta a São Paulo, logo após os eventos da Semana de 22, ao ser apresentada, por Anita Malfatti, aos modernistas paulistas: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, Tarsila passa a integrar, de imediato, o então 'Grupo dos 5'; e que se dissolveria logo a seguir, com a ida de Tarsila e Oswald de Andrade, a Paris, no ano de 1923. Quando, Tarsila, já convertida aos ideais dos modernistas - atualização da linguagem plástica e pesquisa das raízes nacionais -, passaria a frequentar os ateliês dos grandes mestres cubistas, André Lhote, Albert Gleizes e Fernand Léger. Percebendo que a vertente nativista era muito bem-vinda naquele momento, Tarsila - que neste mesmo ano de 1923 escrevia a Mário de Andrade, expressando-lhe seu desejo de ser a pintora de sua terra - , buscou disciplinadamente instrumentar-se com os procedimentos compositivos do cubismo; mas, não de um cubismo epigonal, senão um cubismo saboroso, deglutido e devolvido em termos pictóricos brasileiros.

No anseio da projeção do nacional, a artista redescobriria em adulta a paisagem dos seus olhos de criança, na viagem que realiza, em 1924, para as cidades históricas do ciclo do ouro de Minas Gerais e para o Rio de Janeiro, com alguns modernistas e com o poeta Blaise Cendrars. Aliás, esta devoção pela paisagem de sua infância, fruto de sua intimidade com a natureza fantástica, revela-se tanto em sua fase Pau-Brasil (1924), com na Antropofágica (1928).Ana Claudia Salvato Pelegrini(bolsista IC / CNPq)Profª Drª Daisy Peccinini(responsável pelo projeto).

Nomes: Felipe Moulin N°: 10
Filipe Xavier 11
Jonathas Batista 19 3°C
Juliana Bueno 20
Philip Marques 36

Nenhum comentário: